Imaginem a cena. Um morador de um prédio foi rendido por um bandido, que está ameaçando-o de morte, exigindo que o porteiro abra o portão. O que o funcionário deve fazer? Permitir a entrada ou barrar? Quais os riscos em ambas situações?

Essa é uma questão de segurança muito importante e delicada, que sempre gera muitas controvérsias. Se o bandido entrar, vai agravar a situação, podendo causar maiores danos e se deixar ele sair com o refém é, na maioria das vezes, fatal para a pessoa que foi sequestrada. Sem dúvida, é um peso enorme nas costas do profissional responsável pelo controle de acesso ao enfrentar uma situação como esta.

Porém, esse tipo de ocorrência pode ser minimizada com alguns passos. Antes de mais nada, o corpo diretivo do prédio precisa pensar e agir preventivamente, para evitar casos como este. A primeira ação a ser tomada é verificar como está o nível de segurança do condomínio. Em caso de dúvidas, o melhor é contratar uma empresa especializada para fazer um diagnóstico e, consequentemente, as melhores decisões poderão ser tomadas. Essa ação permitirá diminuir os riscos e ter o melhor retorno sobre o investimento.

Um dos itens mais importantes é a portaria, afinal, são várias pessoas que circulam diariamente, seja pelo acesso de pedestres ou de veículos. Portanto os funcionários precisam estar treinados para todos os tipos de situações que fogem da rotina, inclusive casos de emergência. É importante sempre reforçar que o adequado controle de acesso é o principal ponto na segurança de empreendimentos físicos.

As guaritas precisam ser invioláveis e aparelhadas com botões de pânico. Os porteiros precisam ter telefones fixos e celulares para acionamento do Plano de Chamadas (lista de contatos padronizada – falaremos mais sobre isso em um futuro artigo).

Então, como fica no caso de um morador rendido na rua e o assaltante ameaçá-lo de morte? A primeira ação: o colaborador precisa ter calma, reforçando que ele nunca deve sair da guarita para falar com o bandido, nem com o morador. Os acessos (de pessoas e veículos) devem ser do tipo eclusa. Neste caso, o ideal é permitir a entrada, fechar o portão, não abrir o segundo e, imediatamente, acionar o Plano de Chamadas.

Mas e o refém, neste caso não será executado?

É bem provável que, se o bandido já estiver dentro da eclusa, dificilmente vai executar o refém, pois sabe que a PM deve chegar a qualquer momento e isso só pioraria sua situação. O colaborador deve tentar ganhar o máximo de tempo possível, fazendo uso de intercomunicador ou microfone externo, até a chegada da Polícia.

Já em condomínios em que não há este tipo de clausura, os riscos são grandes. O profissional poderia deixar o bandido entrar e, através de câmeras, acompanhar seu trajeto, ao mesmo tempo em que aciona a polícia. Mas nesta situação, os danos podem ser maiores, considerando a vulnerabilidade dos demais condôminos e o fato que agora a situação com reféns será resolvida em um local muito mais difícil e o marginal poderá usar barricadas e outros recursos contra a PM.

A verdade é que não existe uma solução mágica e sempre há riscos. Daí a importância da segurança do condomínio estar baseada em três pontos: Recursos Humanos, Técnicos e Organizacionais. Com estes pilares, é possível ponderar as diversas circunstâncias de segurança, incluindo os pontos fracos.

É claro que nem sempre será possível antecipar todas as situações, mas prevenção deverá ser sempre a palavra-chave. Quanto mais funcionários qualificados e capacitados, um plano de ação eficaz e equipamentos de segurança sempre atualizados, menores serão os riscos. Prudência e antever as situações adversas devem ser os maiores aliados do Corpo Diretivo, já que dessa forma os problemas podem ser evitados antes mesmo de acontecerem. Se não houver essa consciência, a segurança do condomínio e das pessoas poderá estar sob forte risco.

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